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quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Vice!

Acho que desde a adolescência não escrevo em verso. 
É de contar nos dedos de uma só mão quem os leu e, contrariando esse princípio, ei-lo aqui:


Vadiice


Nessa vida de mesmice
uma noite de sandice.

Um filme, que de tanta pedantice,
não teve quem assistisse.

Um, por pura teimosice e cheio de invencionice,
fez com que me divertisse.

Eu com minha abelhudice
enfiei-me na burguesice.

O que, de tanta garrulice, parecia até doidice,
mostrou-se pura brejeirice,
cheio de tagarelice.

Traquina, cheio de faceirice,
um se desculpou pela caipirice
quando o outro, na macaquice,
ensinou a rodopiar na ligeirice.
- Não é daqui, é de fora! - gabou-se da modernice.

Depois de tanta bebedice
e tanta filosofice,
tudo foi ficando uma chatice.

Pra não parecer casmurrice
me mantive na bonacheirice.

Só perdoem a sinceridade e a falta de cabulice,
mas se faz necessidade esclarecer que a fofice e galanice,
sem querer causar erice,
no fundo, no fundo,
não passa de canalhice!


A noite tem seus encantos e uma delas resultou nisso...

sábado, 14 de novembro de 2009

Caetano, Lula e a verborréia



Caetano Veloso, cantor e compositor, ocupante de lugar cativo em meu coração desde que me entendo por gente, foi, no mínimo, infeliz em suas declarações ao jornal O Estado de S. Paulo (leia aqui). Claro que todos têm direito de manifestar apoio a este ou àquele candidato, mas daí a ofender gratuitamente o presidente da República, democraticamente eleito (e reeleito) só porque, ao contrário dos antecessores, não possui uma graduação (ou pós-graduação na Sorbonne de Paris), já é demais, até para Caetano.

A mim, e a mais de 80% da população do país, segundo pesquisa CNI/Ibope sobre a aprovação do presidente Lula, parece irrelevante que este não tenha o ensino superior. Superior, porém, parece ser a capacidade que o presidente tem de identificar os problemas do país e tentar, na medida do possível, solucioná-los. Talvez porque ele, em vez de passar anos debruçado sobre os livros, tenha percorrido todo o Brasil em sua “Caravana da Cidadania”, que teve início em 1993.

Não quero aqui santificar a figura do presidente, mas justiça seja feita, Lula fala a língua do povo que o elegeu. Não a da minoria que se julga elite, mas da maioria da população que, como ele, pouco estudou e não compreende o vocabulário pomposo de seus pseudos representantes. Não foi só ao Presidente Lula a quem Caetano ofendeu, mas a essas pessoas também. É certo que Lula estudou menos do que deveria, mas não é analfabeto. E se fosse? Desde quando analfabetismo é sinônimo de grosseria? Caetano, assim como Lula, as vezes fala demais. E, mostrando que boa escola não assegura elegância, foi grosseiro em suas declarações.

Gilberto Gil disse uma vez, quando ainda era ministro, que Caetano "não é Lula há muito tempo", não por uma questão racional mas, ainda segundo o então ministro, por uma questão de afeto.

Caetano deveria ouvir um pouco de Caetano, que tal "Calúnia"?

CALÚNIA
Composição: Marino Pinto / Caetano Veloso / Paulo Soledade
Quiseste ofuscar minha fama
E até jogar-me na lama
Só porque eu vivo a brilhar
Sim, mostraste ser invejoso
Viraste até mentiroso
Só para caluniar
Deixe a calúnia de lado
Se de fato és poeta
Deixe a calúnia de lado
Que ela a mim não afeta
Se me ofendes, tu serás ofendido
Pois quem com ferro fere
Com ferro será ferido
Quiseste ofuscar minha fama
E até jogar-me na lama
Só porque vivo a brilhar

domingo, 1 de novembro de 2009

Enfim, iniciando...


Já faz algum tempo fiz um blog, dezembro de 2007, para ser precisa, mas por falta de tempo ou, como diria/dirá o meu “bem”, por falta de disciplina e organização, não dei inicio ao trabalho que se espera de um blog: escrever. Acredito, também, que foi por medo. Sim, medo, quem não tem? Medo de errar, de se expor, das críticas... Mas isso acabou! Esse blog foi feito com muito carinho (e suor) e nele derramarei todo o veneno que me é inerente. Calma, não se assustem, o veneno não é pouco, mas não chega a ser letal... Antes, porém, quero deixar claro que a imparcialidade não é o que norteia meu texto. Digo isso porque, para mim a imparcialidade é um mito. Acredito na imparcialidade do texto jornalístico somente quando quem o escreve e/ou publica deixa claro quais são suas aspirações, sua ideologia, seu fim. Digo isso, também, porque cansei de ver colegas jornalistas se valendo desta suposta imparcialidade para derramar sobre os incautos leitores (e os não tão incautos assim) o velho discurso de uma elite burra, crédula de que o país só está bem quando seus interesses não estão ameaçados. Mas deixemos de blá blá blá e vamos ao que interessa.